Devanear-me-ei
Eu
pensava,
Pensava
todos os dias.
Todas
as horas dos dias.
Todos
os minutos das horas dos dias.
Todos
os segundos dos minutos das horas dos dias:
Como
conseguiria?
Como
eu, só naquele espaço,
Naquele
pequeno espaço,
Espaço com poucas oportunidades,
Conseguiria
aprender?
Como
conseguiria?
Entre
um traço e outro eu enxergava.
E
pensava sobre o que enxergava.
O
que todos haviam aprendido?
Injustiça
natural,
Natural
injustiça.
Uns
praticavam e eu só podia imaginar.
Só
podia devanear-me da sensação:
Meu
esqueleto poroso e leve,
Minha
gordura,
Minha
pele,
Minhas
penas,
Batendo
como o coração e acalorando minha imaginação.
Eu me perguntava: Como
conseguiria?
Sentia
necessidade de estar preparado.
E
se a oportunidade surgisse,
Como
conseguiria?
Um
dia surgiu.
Tanto
pensei,
Tanto
mentalizei,
Tanto
sonhei.
O
espaço surgiu,
Surgiu
entre os traços.
Sem
me ensinar, a vida me oportunizou.
Depois
de toda desigualdade, alforriei-me!
Não pensava, por todos aqueles minutos
Minha
mente escaldava em sentimentos.
Então
pensei: eu consigo,
Eu
consigo.
E
voei!
Era
como eu pensava.
Batida
por batida,
Momento
por momento,
Instante
por instante,
Senti-me
vivo.
Parei
para pensar como consegui.
Esforcei-me o suficiente, pensei.
Mas
o que adiantava?
Não
sabia para onde ir,
Só
sabia voar.
Tudo
o que na vida pensei!
Voltei
para os traços.
Eu
os merecia,
Eles
me desejavam, chamavam-me.
Para
sempre devanear-me-ei!
- Victor Wallace
Este poema e imagem são autorais, cópias ou publicações sem referência são consideradas ilegais. Publicação: 05/05/2020
Oi, Victor como vai? Parabéns pelo belíssimo poema, ficou maravilhoso. Abraço!
ResponderExcluirObrigado! Primeiro de muitos, espero!
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