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Mostrando postagens de junho, 2020

Frankenstein ou o Prometeu moderno, Mary Shelley | Resenha

Nota: 10/10 F rankenstein  é resultado de um conjunto composto pela intelectual e sentimentalmente defasada educação paterna oferecida à Mary Shelley, devaneios noturnos, conversas sobre a criação da vida e uma crítica impositora à Percy Shelley, marido da autora. Diante desses fatores, surge, durante um verão recluso pelas péssimas condições climáticas na Suíça, a obra que revolucionou a literatura mundial e que coleciona admiradores 200 anos após sua primeira publicação. O exemplar da coleção de Clássicos da Penguin Companhia, 417 páginas, inicia-se com um texto que apresenta um estudo detalhado feito pelo inglês Maurice Hindle, Ph.D. em literatura pela University of Essex, com uma biografia sobre a autora, apresentando as perspectivas que fizeram Mary escrever a obra, a influência e as interferências do marido da autora e as partes que sofreram alterações durante as republicações. Nesse estudo, o leitor também é apresentado aos pensamentos de filósofos, de cientis

Criado mudo, Victor Wallace | Poema.

Criado-mudo  Era pra ser apagado. Era de cor forte, Não dava. Aparecia na tela branca. Com o rosto de lado, Nunca pra frente. Nunca autônomo, Sempre submisso. Ele estava ali, Ocupando o lug ar . Lugar de objeto, De criado-mudo. Foi retratado. Tentaram denegrir. Falharam, Já era negro. Hoje ele fala, Fala em qualquer língua. Fall your prejudice. Retrata. Morre, Porque era pra ser apagado, Mas a cor é forte, Não dá, Destaca na vida branca. Ofusca, o talento Do criado criador, Que agora destaca Na tela branca que é a vida Abala. - Victor Wallace. Este poema e imagem são autorais, cópias ou publicações sem referência são consideradas ilegais. Publicação: 10/06/2020               

Triste fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto | Resenha

Nota: 9/10 Como já é possível ler pelo título, Quaresma não tem um fim feliz, e, certamente, essa obra não narra a felicidade de um brasileiro. É perante o recorte espaço-temporal da cidade do Rio de Janeiro do fim do século XIX, durante a República da Espada (1889-1894), ao abrigo do crescimento do capitalismo e da perpetuação da oligarquia rural, que o texto narra os infortúnios da vida de Major Quaresma, um metódico funcionário público, intelectual e patriota exacerbado. Importante no movimento pré-modernista – sendo considerado “pré ” por ainda não ter os ideais bem definidos e agressivos como os após 1922, com o movimento em si -, o qual utilizou, nas artes em geral, o regionalismo e o nacionalismo, o livro apresenta os pensamentos e as ideologias que se instauravam nos pensamentos sociais da mudança de séculos (XIX-XX) no Brasil. “ Triste fim de Policarpo Quaresma ” destaca marcas, as quais, atualmente, encontram-se difusas e, muitas vezes, representantes da al