Pular para o conteúdo principal

Diva, José de Alencar | Resenha


Nota: 6/10
om essa história curta e autêntica, José de Alencar consegue dar vida a mais um perfil de mulher do século XIX, como em “Senhora” e em “Lucíola”, deixando evidente, nessa obra, mediante o retrato dos costumes da sociedade urbana burguesa da época, o motivo do intitulado clássico.

A história narrada possui um recorte temporal longo, que se inicia na infância/adolescência da personagem principal e segue até o seu “final feliz”, típico dos romances de folhetim. O que mais chama a atenção é que o livro apresenta, por meio das atitudes da personagem principal, Emília, valores diferentes e até mesmo condenáveis pela burguesia fluminense do século XIX, criando uma enorme representatividade para mulheres independentes, conscientes quanto às desigualdades sociais, e fortes.

Apesar de não ter gostado do final, haja vista a contradição dos pensamentos que o autor faz o leitor construir a partir das atitudes da Diva, a obra é boa e provoca no leitor reflexões quanto à hipocrisia que permeava e ainda permeia a sociedade brasileira, com valores medievos e mercantilistas.

Recomendo aos leitores interessados ler primeiro “Lucíola”, porque “Diva” inicia-se com uma carta de apresentação remetida por Paulo a Amaral, narrador da obra, o qual descreve ao amigo toda a história do livro.

Recomendo a leitura!

            

Comentários

Mais visitadas:

Frankenstein ou o Prometeu moderno, Mary Shelley | Resenha

Nota: 10/10 F rankenstein  é resultado de um conjunto composto pela intelectual e sentimentalmente defasada educação paterna oferecida à Mary Shelley, devaneios noturnos, conversas sobre a criação da vida e uma crítica impositora à Percy Shelley, marido da autora. Diante desses fatores, surge, durante um verão recluso pelas péssimas condições climáticas na Suíça, a obra que revolucionou a literatura mundial e que coleciona admiradores 200 anos após sua primeira publicação. O exemplar da coleção de Clássicos da Penguin Companhia, 417 páginas, inicia-se com um texto que apresenta um estudo detalhado feito pelo inglês Maurice Hindle, Ph.D. em literatura pela University of Essex, com uma biografia sobre a autora, apresentando as perspectivas que fizeram Mary escrever a obra, a influência e as interferências do marido da autora e as partes que sofreram alterações durante as republicações. Nesse estudo, o leitor também é apresentado aos pensamentos de filósofos, de cientis

O Advogado, Jhon Grisham | Resenha

Nota: 9/10 J hon Grisham , autor de vários romances ambientados no meio jurídico, é o autor de "O advogado", sua nona publicação literária, publicada em 1998. O livro narra a mudança na vida de Michael Brock, um promissor advogado, sócio de um renomado escritório de advocacia em Washington D.C, que, surpreendentemente, larga sua promissora carreira como advogado tributário e empresarial privado e se torna um defensor daqueles que são, forçadamente, ignorados na sociedade. Branco, jovem, futuro sócio sênior da Drake & Sweeney, dedicado quase que 100% ao trabalho, sem tempo para muitas coisas, casado com uma neurocirurgiã e permeado por privilégios econômicos e sociais. Assim era a vida do personagem principal do livro, até que, uma tarde traumática lhe fez enxergar novas perspectivas e reorganizar suas necessidades, transformando seu presente, futuro e ressignificando seu passado. O livro apresenta uma perspectiva social de extrema relevância aos profissiona

Max e os felinos, Moacyr Scliar | Resenha

                                                                   Nota: 9/10 G ostaria de iniciar deixando claro que não quero, nem posso, opinar sobre a tão polêmica questão que esse livro carrega porque não li “As aventuras de Pi”, porém, acredito em coincidências assim como em plágios, mesmo que cometido por autores dos países do “primeiro mundo”. Além disso, deixo claro meu apoio ao autor que expressa, no início do livro, sua indignação, apenas, com a falta de consideração pela ideia inspiração não mencionada em “As aventuras de Pi”. O livro é muito curto. Vou iniciar pontuando esse único defeito que acabou me provocando um desconforto diante de um enredo tão incrível e bem construído que poderia ser estendido de 100 para umas 200 páginas. O primeiro ponto que me fez gostar tanto da obra é a maneira como o autor representou, pela visão de Max, a formação de ideologias de caráter autoritário e antidemocrático no mundo no século passado. Muitas vezes, durante as aula