Querida Kitty, Anne Frank | nota: 9/10 “Abandonei você por um mês inteiro, mas a verdade é que não é todo dia que tenho algo divertido para contar”. É com essa intimidade que a caçula Frank compartilha confidências ao seu intitulado diário Kitty, narrando, às vezes, com bom humor e, às vezes, com medo, alguns acontecimentos de sua conturbada vida entre os anos 1942-44. Em “Querida Kitty: um romance epistolar” fica claro o talento de Anne Frank para escrever, mesmo ainda sendo considerada ignorante por seus familiares e aqueles que dividiam o mesmo espaço durante a Segunda Grande Guerra Mundial. A obra não acabada e publicada pela primeira vez em português pela Sahar é autêntica por ser tão pessoal ao ponto de nos fazer sentir, como leitores, amigos íntimos da jovem judia cheia de curiosidades, com uma visão pitoresca e, ao mesmo tempo, madura do mundo. A descrição genial com direito a neologismos feitos por Anne é permeada por sua sensibilidade de expressar, por meio das palavras,
Dedicado ao jornalista e poeta Américo Facó e intitulado com um oxímoro, o compilado de poemas de Carlos Drummond de Andrade nos coloca em uma posição de sentimentalismo profundo sob reflexões da condição humana. Escrito e publicado em um período de grandes movimentos político-ideológicos no Brasil e no mundo, nessa coletânea, os poemas de Drummond se apresentam carregados por cansaço, desilusão e angústia, pela realidade humana e por estruturas textuais tão pessoais que proporcionam uma acentuação da proximidade entre o leitor e o eu-lírico. Há alguns anos li partes do Sentimento do Mundo (1941) e esse ano pretendo ler Confissões de Minas (1944). De Claro Enigma (1951), o poema que mais gostei foi “perguntas”, sem dúvidas, o texto que achei mais profundo e que me levou a reflexões transformadoras. Recomendo bastante a leitura, ainda mais como eu fiz, lendo poucos poemas por dia para deixar espaços de tempo entre um e outro, além de ler concomitante a outros livros. O autor, que nasce