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A revolta da sucata, Laura Bergallo | Resenha

Nota:8/10 A revolta da sucata é uma das obras que eu recebi há alguns anos dos próprios autores para resenhar no meu antigo blog, o qual acabai abandonando.  A escritora fluminense, Laura Bergallo, premiada em 3° lugar na categoria juvenil do Prêmio Jabuti de 2007 com a obra Alice no espelho, escreveu o esse livro que foi publicado na coleção Ecoar, pela editora Garamond. O texto inicia-se com uma frase do economista Tim Jackson sobre o consumo na contemporaneidade, frase que já   contextualiza o leitor no conceito da   obra:   “ Estamos sendo persuadidos a gastar o dinheiro que não temos, com coisas que não precisamos, para criar impressões que não duram, em pessoas com as quais não nos importamos.”   A estória contada se passa em abril de 2020 (por coincidência, período em que eu reli a obra) e tem o enredo voltado sobre a revolta de aparelhos e sistemas tecnológicos vítimas do desenfreado descarte provocado pelo consumismo contemporâneo.   Apesar de ser u

A mulher que escreveu a Bíblia, Moacyr Scliar | Resenha

Nota: 8/10   M oacyr Sclia r , autor de contos, romances e ensaios literários ( resenhas de outros livros do autor ) escreveu “A mulher que escreveu a bíblia” a partir da hipótese publicada no livro “The book  of  J”, do professor e crítico literário estadunidense Harold Bloom:   “Em Jerusalém, há quase três mil anos, alguém escreveu um trabalho que, desde então, tem formado a consciência espiritual de boa parte do nosso mundo [...].    Não era um escriba profissional, mas antes uma pessoa altamente sofisticado, culta e irônica, destacada figura da elite do rei Salomão[...]; uma mulher, que escreveu para seus contemporâneos como mulher.”   É uma ficção bem construída. Conta a história de um jovem, que por influência paterna graduou história e, que, por vocação e pelo destino, tornou-se terapeuta de vidas passadas. Diante disso, o exitoso profissional, o qual não era formado em psicologia, nem medicina, recebe de sua paciente um texto sobre uma de suas vidas pas

O Advogado, Jhon Grisham | Resenha

Nota: 9/10 J hon Grisham , autor de vários romances ambientados no meio jurídico, é o autor de "O advogado", sua nona publicação literária, publicada em 1998. O livro narra a mudança na vida de Michael Brock, um promissor advogado, sócio de um renomado escritório de advocacia em Washington D.C, que, surpreendentemente, larga sua promissora carreira como advogado tributário e empresarial privado e se torna um defensor daqueles que são, forçadamente, ignorados na sociedade. Branco, jovem, futuro sócio sênior da Drake & Sweeney, dedicado quase que 100% ao trabalho, sem tempo para muitas coisas, casado com uma neurocirurgiã e permeado por privilégios econômicos e sociais. Assim era a vida do personagem principal do livro, até que, uma tarde traumática lhe fez enxergar novas perspectivas e reorganizar suas necessidades, transformando seu presente, futuro e ressignificando seu passado. O livro apresenta uma perspectiva social de extrema relevância aos profissiona

Max e os felinos, Moacyr Scliar | Resenha

                                                                   Nota: 9/10 G ostaria de iniciar deixando claro que não quero, nem posso, opinar sobre a tão polêmica questão que esse livro carrega porque não li “As aventuras de Pi”, porém, acredito em coincidências assim como em plágios, mesmo que cometido por autores dos países do “primeiro mundo”. Além disso, deixo claro meu apoio ao autor que expressa, no início do livro, sua indignação, apenas, com a falta de consideração pela ideia inspiração não mencionada em “As aventuras de Pi”. O livro é muito curto. Vou iniciar pontuando esse único defeito que acabou me provocando um desconforto diante de um enredo tão incrível e bem construído que poderia ser estendido de 100 para umas 200 páginas. O primeiro ponto que me fez gostar tanto da obra é a maneira como o autor representou, pela visão de Max, a formação de ideologias de caráter autoritário e antidemocrático no mundo no século passado. Muitas vezes, durante as aula

Diva, José de Alencar | Resenha

Nota: 6/10 C  om essa história curta e autêntica, José de Alencar consegue dar vida a mais um perfil de mulher do século XIX, como em “Senhora” e em “Lucíola”, deixando evidente, nessa obra, mediante o retrato dos costumes da sociedade urbana burguesa da época, o motivo do intitulado clássico. A história narrada possui um recorte temporal longo, que se inicia na infância/adolescência da personagem principal e segue até o seu “final feliz”, típico dos romances de folhetim. O que mais chama a atenção é que o livro apresenta, por meio das atitudes da personagem principal, Emília, valores diferentes e até mesmo condenáveis pela burguesia fluminense do século XIX, criando uma enorme representatividade para mulheres independentes, conscientes quanto às desigualdades sociais, e fortes. Apesar de não ter gostado do final, haja vista a contradição dos pensamentos que o autor faz o leitor construir a partir das atitudes da Diva, a obra é boa e provoca no leitor reflexões quanto à

Origem, Dan Brown | Resenha

Nota: 9/10 M e interessei por esse livro após ler "O simbolo perdido", fator que não me permitiu utilizar a técnica de acompanhar, por ordem cronológica de publicações, a evolução dos textos de Dan Brown. Esse é o segundo livro que leio do autor, contrariando uma ordem que ignora até mesmo o mega-seller 'O Código da Vinci'. A estrutura do texto segue o padrão que Dan Brown apresenta em suas outras obras, sendo um suspense narrado na terceira pessoa, com duração de uma noite e que gira em torno de algum acontecimento que ocorre com um amigo e/ ou conhecido do professor de Iconografia Religiosa e Simbologia da Universidade de Harvard, Robert Langdon. Junto a isso, o autor costuma explorar ao máximo o contexto histórico, artístico e arquitetônico dos cenários escolhidos para a noite do mistério de enredo.Acho que um dos pontos positivos mais significativos para a qualidade da obra foi a referência, em todo o texto, de artistas, cientistas e estudiosos de vári